terça-feira, 22 de dezembro de 2009

18º Aniversário do Círculo de Oração


Nos dias 18, 19 e 20 de dezembro aconteceu a comemoração do 18º Aniversário do Círculo de Oração Rosa de Saron, no Templo da Igreja Evangélica Assembléia de Deus em Padre Gabriel Meire.


O Senhor Jesus operou de uma forma gloriosa, onde sentimos o mover do Espírito nos três dias de programação.


Agradecemos a Deus, pela Sua glória que foi manifestada e por transformação de vidas que certamente aconteceu.




sábado, 5 de dezembro de 2009

Quem Pode Explicar o Verdadeiro Amor




Há tempos uma pergunta ressoa em minha mente. Questionamento cruel e que não me deixa se quer um só segundo. Há um sentimento de querer, um desejo inquestionável de reverberar para os quatro ventos, uma vontade de deixar que ecoe pelo ar a força do som que está intalado em minha garganta.


Quero expor minha maior dúdiva. Quero dizer que, tenho questionamentos e que questiono o por que de questionar. Não sei se isso é louvável ou se é sintomas de um fraco, contudo, sendo fraco ou forte quero que todos saibam...quero dar o saber da minha questão para que receba o saber da resposta.


Sem libertar o saber que está estagnado dentro do meu ser, não poderei apreender a resposta. Penso que muitos vivem essa triste realidade, não possuem a resposta por que não libertam o saber. Para receber a verdade primeiro deve-se dar o saber. O ato da entrega, é talvez o ato de maior humildade, pois ao entregar, há de fato, uma demostração de incapacidade ou até mesmo de fraqueza, uma vez que, o ato da entrega é sem dúvida, o ato do "ser vazio".


Ao entregar para receber, estamos dizendo com esta atitude que, estamos entregando o "saber vazio", ou seja, estamos declarando que não sabemos ou que não temos aquilo que queremos receber. Um exemplo muito bom é o de Cristo Jesus. Ao curar as pessoas, quando esteve aqui na terra em forma humana, o Senhor antes da cura perguntava "o que queres que eu te faça?", ou seja a pessoa que precisava de algo vinha a Jesus e lançava o seu "saber vazio". Ao ouvir o saber vazio do necessitado, o Senhor reforçava a idéia do saber vazio com a pergunta "o que queres?". Veja que a pessoa a ser beneficiada deve SABER o que quer, todavia é um saber vazio por que a pessoa sabe o que quer, mas não pode conquistar aquilo que ela sabe sozinha. Para conquistar é preciso a intervenção de um outro para lançar a resposta ou a solução. Quando o Senhor pergunta "O que queres?" Ele espera a pessoa lançar o saber vazio como "Quero enchegar Senhor!", depois do reforço do saber, que o meu saber não resolve, este saber que não resolvo se "transforma" em meu problema, e agora sim o Cristo dá a solução dizendo: "Vai a tua fé te curou".


Pode-se observar que o ato da fé, é um ato de humildade e total dependencia de um outro. Talvez seja por isso que sem fé é impossivel agradar a Deus, haja vista que, o efeito da incredulidade é o efeito que confirma, de uma certa forma, a confiança em nós mesmos. Não podemos confiar em nós, temos que confiar em Deus.


Isso nos mostra que, o que tenho a declarar é uma atitude de humildade e de fé. Pois sei que o meu saber não é capaz de saber aquilo que preciso. Quero entender.


Então com toda a humildade pergunto: "O que é o amor?"


Confesso que esta pergunta é muito díficil para mim, a doutrina do amor é algo que não o sei. Quero aprender o que é amar, quero aprender o que é o amor. Quero saber aquém amar. Quero mergulhar nos mistérios do amor.


Pode ser que você não entenda o por que eu não consiga compreender o amor. Olhe, sei bem que amor não é o que a maioria das pessoas pensam. O nosso maior erro é pensar que sabemos o próprio saber. A sociedade pensa que sabe amar, mas acredito que o amor que a sociedade possui é um amor muito fraco, feio e sem graça. Definitivamente isto não é amor.


Creio no amor do Cristo, do Crucificado, creio no amor do Filho de Deus que se humilhou, que preferiu ser chamado de "homem" para estar perto de nós. Eu creio no amor, mas explicar o Amor é díficil. Quem pode Explicar?


quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Os Males do Egoísmo




Em respeito ao sacramento da ordem, é considerado nas linhas abaixo o desejo de perfeita iluminação a fim de que, os leitores reconheçam a dignidade sacerdotal em que Deus nos pôs.




Sem a iluminação divina não conseguimos reconhecer a dignidade sacerdotal. E não a reconhecendo, deixaremos de louvar e glorificar a suprema bondade que nos concedeu; nem alimentaremos a fonte da piedade na gratidão. Com exagerado descuido e falta de gratidão, nossa alma se delibitará. Sem esse conhecimento não existe amor. Quem não ama a Deus, não lhe agradece. É muito necessária, pois, a iluminação divina.




O egoísmo é uma árvore frutifera enraizada no orgulho. O egoísmo nasce do orgulho e vice-versa. O egoísta é presunçoso. Os frutos dessa árvore são mortíferos para a vida da alma. Alimentando-se com tais frutos em suas tendências individualistas, a pessoa voluntariamente cai no pecado mortal, vivendo sem o autoconhecimento, que é pai da humildade. E esta última, por sua vez, constitui a raiz da caridade que tudo orienta. Quem ama a si mesmo, não conhece a Deus, ardente chama de amor. Assim despojado da iluminação divina, tão necessária, e sem conhecer a Deus, o cristão não ama. Assemelha-se a um animal.




Ao contrário, o cristão que usa a razão torna-se um anjo na terra. Sobretudo os sacerdotes, que Deus chama de "ungidos" (Sl 104.15; 2 Rs 1.14), devem ser anjos, não homens! E realmente o são, quando não recusam a iluminação divina. O sacerdote desempenha o ofício dos anjos! O anjo está a serviço de cada pessoa por diversos modos conforme Deus o quer, ao colocá-los como nossos protetores. Assim os sacerdotes na hierarquia dão-nos o corpo e o sangue de Cristo crucificado, Deus e homem pela união da natureza divina com a humana; em Jesus a alma estava unida ao corpo; a alma e o corpo estavam unidos à divindade, em natureza igual à de Deus Pai. Mas o sangue e o corpo de Jesus devem ser ministrados por pessoas retamente iluminadas por Deus na ardente chama do amor, para suas almas não serem devoradas pelo lobo infernal. Sacerdotes assim alimentam-se de virtudes, que depois são dadas ás almas para a vida na graça, como frutos de um amor perfeito e verdadeiro.




Como dissemos antes, agem diversamente os que cultivam na alma a árvore do egoísmo. Toda a sua vida é corrompida, uma vez que corrompida está a raiz principal, a afeição da alma. Se são leigos, mostram-se maldosos nas suas funções: cometem injustiças, vivem na impureza sem nenhuma racionalidade. Nem merecem ser chamados de homens porque, guiados pelo instinto animal, renunciaram à luz da razão. Tratando de obreiros ou pastores, suas vidas não imitam a vida dos anjos, nem a dos homens, mas a dos animais, que rolam na lama. Às vezes são piores que os leigos! De que ruína e castigos são dignos! A linguagem humana é incapaz de o descrever.




No dia do juízo, a alma experimentará! Tais pessoas desempenham o papel dos demônios, que procuram afastar as almas de Deus para levá-las consigo ao falso descanso. Também eles abandonaram a vida reta e santa, perderam a iluminação divina, vivem na maldade. Nós obreiros e pastores sabemos disso e o vemos! Há obreiros cruéis consigo mesmos, amigos do demônio e companheiros dele antes da hora. São cruéis também com os outros, pois não amam o próximo na caridade. Não protegem as almas; devoram-nas. Põem-se a si mesmos nas mãos do lobo infernal. Ó homem infeliz! Quantas coisas te pedirá o supremo juiz e tu não as poderás dar. Por isso cairás na morte eterna. Não percebes o castigo futuro, porque estás sem a iluminação divina, não tens consciência da missão que Deus te deu.




Alguém assim não leva vida de cristão-evangélico-protestante, porque tudo nele está desordenado. Nem leva vida de pastor ortodoxo, fiel à liturgia denominacional, a vida devocional como é seu dever, cuidando dos necessitados, zelando pela Igreja. Ao contrário, tais pessoas vivem como senhores, no luxo e nos prazeres, com muitos ornamentos, muita comida, muito orgulho e empáfia. Parecem insaciáveis. Se possuem um benefício, querem dois; se possuem dois, querem três. Jamais se dão por satisfeitos. No lugar das horas devocionais - oxalá não fosse verdade! - põem prostitutas, armas e segurança eletrônica, como para se defenderem de Deus contra quem está em guerra. Mas como lhes será difícil, quando o Senhor estender para eles a vara da justiça divina. Com seus bens, tais infelizes alimentam filhos e outros demônios encarnados, amigos seus.




Pois bem, tudo isso brota do egoísmo, que dissemos ser uma árvore cujo fruto é o pecado. Árvore que dá morte à alma, retirando-lhe a graça e privando-a da iluminação divina. Sendo o egoísmo tão perigoso, ocorre fugir dele e estar atento para que não penetre na alma. E se aí já estiver, é preciso procurar o remédio.




O remédio contra o egoísmo é este: permanecer na cela do coração, reconhecer que por nós mesmos nada somos, reconhecer a bondade divina, pois de Deus tudo recebemos, reconhecer os próprios defeitos, reprimir a sensualidade. Com isso nos afastamos do egoísmo, nos vestimos de caridade, roupa nupcial indispensável para a vida eterna. Diante da porta da cela do coração, ponha-se como cão de guarda a consciência. Latirá ela ao se aproximarem os inimigos, que são os variados sentimentos do coração. Mas também latirá para os amigos quando chegarem, ou seja, para os bons desejos de praticar o bem. Juiz da consciência será a razão iluminada pela fé, a qual dirá se os sentimentos são bons ou maus. Dessa forma, a cidade da alma estará fortemente defendida, de maneira que o demônio ou qualquer outra criatura possa tomá-la de assalto. E tal cidade crescerá na virtude, até o dia da vida eterna. Sob a luz da razão (iluminada pela fé) e livre do egoísmo, a alma crescerá.




Em tudo isso pensava eu, quando afirmei no começo que estava desejoso de ver a iluminação sacerdotal. Quero que nos acordemos do sono da negligência e vivamos iluminados. Então seremos anjos na terra, mergulhados no sangue do Crucificado, em suas chagas. Permaneça no santo amor de Deus. Nada de bom tenho a mostrar de mim mesmo, além de uma grande miséria e pouco entendimento. O resto pertence a Deus, suprema e eterna Verdade. Atribuí a Ele tudo, não a mim.




Jesus doce, Jesus amor.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

PACIÊNCIA NAS DIFICULDADES DA VIDA


Em nome de Jesus Cristo crucificado, vos escrevo no seu precioso sangue, desejoso de vos ver conhecendo a si mesmo e conhecendo a presença de Deus em vós.



Sem esse conhecimento não participareis da vida da graça. Vós deveis ter esta santa e grande preocupação: de que por vós mesmo sois e de que vem de Deus o que sois. Dele recebestes o ser e, dia após dia, Deus vos concede muitos favores e graças. Se fordes grato a Deus, alcançareis a perfeita paciência e não ficareis a fazer comparações entre sofrimentos grandes e sofrimentos pequenos, porque então os grandes vos parecerão um nada a ser suportado por Jesus Cristo crucificado. Avalia-se o bom soldado de cavalaria no campo de batalha. Também vossa alma tem de ser experimentada na luta das grandes dores. Se vossa alma tem de ser experimentada na luta das grandes dores. Se vossa alma se mostrar bastante paciente, se não desanimar nem se revoltar, se não se escandalizar diante dos acontecimentos que Deus permite, poderá rejubilar-se, alegrar-se e, contente, esperar a vida eterna. Apoiado na cruz e fortalecido pelas dores e sofrimentos de Cristo, tranqüilo aguardareis a eterna visão de Deus. Quem é perseguido e atribulado neste mundo, depois será saciado, consolado e iluminado na contemplação da divindade em gozo total imediato, da divina doçura, mais ainda. Desde agora o Senhor consola os que por ele labutam. Mas sem o conhecimento de nós mesmos e sem o conhecimento da presença de Deus em nós, jamais atingiremos tão grande felicidade. Quanto sei e posso, suplico-vos que procureis com empenho esse conhecimento para obtermos a recompensa dos nossos esforços. Permanecei no santo e doce amor de Deus. Jesus doce, Jesus amor.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Sábio Conselho

Gosto de acreditar que o Senhor está comigo. Que Ele me ama. Algumas circunstâncias da vida, leva-nos a crer no contrário, mas a verdade é que o Senhor nos ama e quer o melhor. A Palavra de Deus nos dá um conselho sublime quando diz nos Salmos "Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nêle e êle tudo fará.

Ao entregarmos tudo ao Senhor ele nos atende, ele cuida de nós. Torna-se o nosso pastor. Quando se fala em entrega, é de entrega total. É crer totalmente em Jesus Cristo. Quando passamos por lutas, decepções e pequenas derrotas, nos sentimos mal. Mas o conselho de Cristo é Entregue-me o seu caminho. Ele quer o nosso caminho para isso é precisso confiar.

Jogai sobre o Senhor os seus anseios, seus pesos, fardos, preocupações. Lançai sobre Ele os seus terrores, aflições e cuidados. Se desprenda da ansiedade, renuncie os seus desejos. Entregai-lhe o seu pessamento.

Enfim, chegue ao nível de entrega total, inteiramente confie no Senhor, de todo o teu coração, na tua bondade infinita, neste caminho santo e bendito.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

MODELO DE CRUELDADE

A que ponto chega a crueldade humana? A que ponto chega a maldade no homem?
Será que queremos ser como os "homens do primeiro mundo"? (homens?) Que homens, talvez estes já perderam a condição de serem homens.



VIVENDO COM SABEDORIA


TEXTO BASE: "E saía Davi aonde quer que Saul o enviava e conduzia-se com prudência; e Saul o pôs sobre a gente de guerra, e era aceito aos olhos de todo o povo e até aos olhos dos servos de Saul". (1 Sm 18.5)


INTRODUÇÃO
Ao analisar a vida de Davi pode-se observar que ele era um homem verdadeiramente de Deus. Temia ao Senhor e seu talento era de fato aguçado. Quando Deus manda Samuel ir a casa do belemita Jessé, o ultimo a ser apresentado ao profeta é Davi, talvez por causa de sua posição na casa, já que era o caçula dentre os filhos, no entanto isso não quer dizer que Davi não possuísse talento e habilidades. Ao contrario disso ele era um homem que possuía muitas qualidades e virtudes.

Ao vencer o gigante Davi ganha notoriedade, admiração e respeito na corte e entre o povo, que o considera como um herói nacional. Isso fez com que Davi tivesse relacionamentos como o povo, rei e exercito de Saul, a rede de relacionamento de Davi era extensa. Isso fez com que o rei Saul despertasse um ciúme e inveja de Davi. A fama de Davi causou inveja no primeiro rei de Israel. Isso não anula as virtudes e qualidades de Davi. Ao contrario disso mostra as boas característica de um verdadeiro servo de Deus, de um homem que governa o povo do Senhor.

Quando estudamos as virtudes de Davi estamos analisando a formação de Davi, uma vez que as qualidades, virtudes, talentos, habilidades são desenvolvidas em algum ambiente. Talvez o lugar mais propicio para que Davi desenvolvesse suas habilidades fosse sua casa paterna, onde aprendeu por meio das rotinas diárias ensinamentos eternos e que o ajudariam a conquistar o trono de rei de Israel.


I. AS QUALIDADES E VIRTUDES DE DAVI
Para entendermos melhor a pessoa de Davi e suas ferramentas para chegar ao Palácio real e aconselhável que saibamos o que significa alguns termos tão comuns, contudo cheio de significados.

As qualidades que sempre mencionamos são características especificas de alguém ou alguma coisa, sendo assim podemos entender que analisaremos as características de dão “formas” ao caráter de Davi. O caráter é a marca, é aquilo que é marcante em Davi. Ao analisarmos aquilo que é marcante em Davi estamos traçando o perfil de um homem de Deus, que o próprio Deus o chamou de “homem segundo o coração de Deus”.

Outro aspecto que iremos estudar em Davi, além do seu caráter, distinguindo suas qualidades, são suas virtudes. Virtude vem a ser a disposição firme e habitual para o bem. Torna-se habito fazer o bem. Por exemplo, quando usamos nossos talentos para o bem estamos sendo virtuosos. Então os Talentos de Davi são virtudes, pois eles foram usados para a realização do bem.


a) Talentos de Davi
Davi era um homem muito talentoso, segundo o Dicionário Bíblico Wycliffe talento era uma moeda que circulava nos tempos bíblicos, isso dá uma idéia de que, quando se fala que Davi era talentoso afirma-se que Davi possuía valores, possuía algo de valor, uma vez que talento está associado a uma espécie de moeda de troca. Sendo assim pode-se afirmar que talento é grande e brilhante inteligência, é uma qualidade superior, logo talento está associado com o conceito de qualidade. Davi possuía uma “forma” superior. Sua inteligência era invulgar. As Sagradas Letras não denomina esse talento como inteligência como chamamos aqui, mas sim de sabedoria (Pv. 18.15). A Bíblia diz que “o temor ao Senhor é o principio da sabedoria”. Logo o talento é uma inteligência superior que aguça o espírito, essa inteligência que na verdade é sabedoria se torna algo espiritual, pois parte, nasce do temor a Deus. Davi antes de chegar à corte já era temente a Deus. Isso mostra que o talento de Davi provinha de fontes espirituais.

Os talentos que Davi possuía eram aperfeiçoados, por que ninguém nasce sabendo nada, é preciso o aprendizado, é claro que pode haver a facilidade em aprender, porém para que o talento, que o valor se desenvolva é preciso que haja a prática, seguindo este pensamento Davi, por exemplo, deveria praticar constantemente a música. Estudá-la era fundamental, principalmente a pratica. Saber tudo sobre música não bastava, isso é teoria, que não deixa de ter sua fundamental importância, porém saber fazer era tão importante como o saber. Isso é desenvolver o talento, é trazer da raiz teórica a pratica. Davi apenas não só sabia música, mas sabia tocar músicas em sua harpa. Ao praticar a harpa Davi desenvolvia o seu talento e acrescentava valor ao seu valor.

Os talentos de Davi estavam a serviço de outro. Deus sempre nos concede talentos para que possamos servi-lo e servir ao próximo. Os talentos para terem valor, precisam ser úteis. A utilidade é que agrega o valor. Saber e saber fazer alguma coisa que não é útil, é saber e saber fazer o nada. O talento verdadeiro tem que ter uma utilidade e ser bem praticado e ser bem feito. Sem dúvida Davi sabia tocar a sua harpa extremamente bem, já que foi lembrado na corte, para que tocasse para o rei. A espiritualização do talento de Davi se deu na própria ocasião em que Davi foi lembrado na corte, uma vez que Saul “estava com a alma aflita”. Davi foi chamado a tocar para uma alma aflita se alegrar, ou seja, o tocar obrigatoriamente deve possuir algum poder para retirar a tristeza da alma e enche-la de alegria. O saber fazer (tocar) de Davi levaria o poder fazer (alegrar) pela alma de Saul.

Pode-se observar que os talentos estão a serviço de outro e não do próprio talentoso. O talentoso receberá a sua retribuição, porém a retribuição do talentoso é conseqüência do seu talento. Para que o talentoso receba, é preciso que ele de o talento para alguém. Para que receba os frutos é preciso que ele semeie os seus valores em alguém. O talento é como semente que alcança a terra (o outro), o bem que o outro recebe por meio do talento-semente recebido, fará com que o receptor devolva de algum modo a contribuição que recebeu. Analisando a vida de Davi foi algo semelhante que aconteceu.

A Bíblia diz que é melhor dar do que receber. Só podemos dar algo de valor, então devemos dar o nosso talento. Aperfeiçoar o talento, estudar o talento, agregar valor ao nosso talento para depois compartilhá-lo.

b) Habilidades de Davi
Davi possuía muitas habilidades. Sabe-se que habilidade é uma aptidão, uma capacidade. Logo Davi era capaz de fazer algumas coisas. Algumas capacidades de Davi são a música, a força, a valentia, não só essas, mas também era homem de guerra, sisudo em palavras, boa aparência e o Senhor era com ele.

Davi é conhecido por seus salmos. Davi era um poeta, músico. A música contribui para o crescimento espiritual de Davi. A metodologia, organização e sensibilidade de Davi se deram pela música. Os próprios salmos de Davi relatam isso. O homem que cultiva a música é um homem preparado para as coisas espirituais, contudo não pode ser qualquer música. É necessário que seja as músicas de Deus. Quando a Palavra diz músicas de Deus em 1 Crônicas 16.42 diz ao mesmo tempo que existem musicas que não são de Deus. A música para ser inspirada pelo Senhor tem que ser do Senhor e esta música é bem executada como diz em Salmos 33.3. A música tem que ser útil, como o talento. Ela deve ensinar e edificar como diz em Colossenses 3.16.

A força era uma outra característica de Davi. Há vários feitos corajosos de Davi. A Palavra afirma “jovens, sois fortes”. Davi possuía essa força, é evidente que a força aqui é uma força física, contudo era usada para o bem.

Davi era um homem valente sua valentia é demonstrada quando ele mata um leão e um urso, quando ele enfrenta o gigante Golias. Davi era um homem destemido que não possuía medo, pois confiava no Senhor, era temente a Deus. Com essas qualidades podemos observar que Davi era um homem de Fé.

Após derrotar o gigante Davi foi homem de guerra, vemos mais uma vez aqui, a força e a valentia de Davi entrando nos campos de guerra juntamente com a tropa Israelita.

A Bíblia afirma que Davi era um homem sisudo em palavras. Isto significa que ele era prudente nas palavras. Essa é a palavra chave. A prudência é uma qualidade de quem age com moderação, buscando evitar tudo o que acredita ser fonte de erro. Davi era este homem prudente e a sua prudência o levou a lidar com todo o tipo de pessoas.

Os Textos Sagrados revelam que Davi possuía boa aparência, esta característica conta muito, uma vez que a primeira vista o que podemos examinar é primeiramente a aparência.

O filho mais moço de Jessé era um homem piedoso. Essa característica deve ser imitada pelos cristãos atuais, pois nesta virtude há fundamentos do próprio Cristo que era piedoso para com o seu próximo. Essa piedade vinha de Deus, pois Davi sendo um homem segundo o coração de Deus, tudo o que Davi possuía era Deus. Sua submissão a vontade do Senhor fez dele o maior monarca da História Bíblica.


II. O TALENTO DE DAVI NA CORTE
Já se viu que talento é algo valorado e que é útil, sendo assim verificar-se-á a “utilidade” de Davi na corte israelita.


a) Escudeiro

A história de Davi começa como um simples camponês, um adolescente que trabalhava como pastor de ovelhas, no campo do seu pai. Levando isso em consideração, Davi era um desconhecido na corte. Nota-se que Davi não demonstra “interesse” em deixar o pastorado de ovelhas. Ele não se ‘esforça para se auto-projetar’ para as elites e para a corte israelita.

O êxito de Davi começa no pasto com suas ovelhas. Ao protegê-las, ter o cuidado com elas ao ponto de “dar a sua vida” para salvar das garras de lobos, leão e urso. Temos um retrato de alguém que coloca a própria vida em risco, no meio do “nada” para salvar a lã de animais. Coloca a pele em risco para salvar a lã. Alguém que dá a pele por lã, não daria a pele por outra pele?

Davi sempre cultivou este espírito de humildade. Ao salvar uma ovelha ele estava dizendo com a sua atitude que a ovelha era mais importante do que ele. Isto é humildade, ele não disse isso com os lábios, ele disse isso com sua atitude.

Ao dizer com sua atitude ele estava afirmando que verdadeiramente era humilde e temente a Deus. Afirmava que poderia ir “até o fim” para cumprir com suas responsabilidades e funções. Uma pessoa como Davi é um ótimo aprendiz, pois possui um espírito humilde e um espírito humilde é um espírito disposto a aprender.


b) Comandante das Tropas

Davi era um aprendiz na casa real. Esta situação muda após a sua vitória contra o gigante. De um simples músico e escudeiro-aprendiz, Davi é promovido a comandante de tropas.

Ao analisar a história de Davi observa-se que ele começa com tarefas aparentemente simples e vai subindo de posição paulatinamente, a medida que as oportunidades vão surgindo. Levando isso em consideração pode-se observar uma escada evolutiva onde soma-se pequenas responsabilidades. Assim acontece conosco, o Senhor nos honra a medida que temos humildade para aprender e para assumir posições que ninguém quer assumir.

III. O CARISMA DE DAVI NO PALACIO REAL
O carisma deve ser desenvolvido por todos os que lidam com pessoas. Carismático é a pessoa que tem a capacidade de conquistar outras pessoas. O texto base nos revela que Davi conquistou a todos, a corte, o povo e até os servos de Saul. Isto significa que Davi possuía uma ampla rede de relacionamentos.

a) Nos Relacionamentos

O próprio rei Saul, inicialmente, estimou o pequeno Davi, contudo com o passar do tempo isso mudou, contudo na corte ele conseguia conquistar cada vez mais a simpatia do povo, demonstrando empatia para com todos.

Desenvolveu uma amizade muito forte com Jonatas, o filho do rei Saul. Jonatas poderia considerar Davi como uma ameaça a sucessão do trono, entretanto ele amava Davi. Não enxergou Davi como uma ameaça, mas sim como um amigo.

Ao conseguir entrar no palácio Davi não encerrou os seus relacionamentos com o povo, pelo contrario, parece que o relacionamento com o povo, de sua raiz, já que Davi veio do povo, se fortaleceu.

Davi conseguiu sustentar bons relacionamentos com os funcionários e servos de Saul. Isto nos mostra a boa habilidade de construir e manter bons relacionamentos que Davi possuía.
b) Na Administração de Conflitos

Davi sabia administrar conflitos. Essa habilidade é procurada por grandes organizações, pois para administrar conflitos é necessário bagagem de sabedoria. Davi possuía essa sabedoria pratica. O sucesso de Davi despertou a inveja de Saul. As mulheres declaravam a preferência de Davi à Saul, tendo isto em vista Davi soube lidar com está situação e não usou isso para se auto promover.

Outro exemplo é a tentativa de assassinato que Davi sofreu de Saul, contudo Davi não revidou apenas fugiu e quando teve a oportunidade de se vingar não o fez. Essa é uma capacidade extremamente importante, lidar com pessoas é algo fundamental para todos. Davi possuía está habilidade, que de forma tão útil contribuiu para que ele conquistasse o trono de Israel.


CONCLUSÃO

Portanto, Davi possuía muitas virtudes e qualidades, o que contribuiu para seu desenvolvimento e sucesso. Estas virtudes e qualidades fizeram com que ele obtivesse êxito desde o principio e em todo lugar, uma vez que sempre cultivou em seu espírito a humildade de aprender e de começar de baixo. Mediante o seu carisma e habilidade, Davi conseguiu construir bons relacionamentos e administrar conflitos.

Ao finalizar esta análise conclui-se que Davi é uma inspiração para os dias atuais, um exemplo de pessoa que começou do “nada” e reinou sobre Israel. Seu espírito submisso fez com que ele alcançasse a maior posição de sua época.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Jesus, O Criador de Fontes

PREGAÇÃO: Trecho do Sermão pregado no VII CONGRESSO DE JOVENS DA IEADV

Sl 104.10-13


INTRODUÇÃO


O poeta salmista nos mostra à criação de todos os seres viventes. Arrebata-nos a origem do mundo, para que a glória de Deus se torne visíveis aos olhos humanos.


Reconhecer a grandeza de Deus é reconhecer nossa pequenez. Esse processo é, de fato, se alegrar no Eterno, pois Ele é a única grandeza em nós. O salmo 104 é um dos pontos mais altos da expressão poética do Antigo Testamento, é todo escrito em forma de imagens poéticas. Os versos 10 ao 13 descreve imagens poetizadas, transmitindo verdades eternas, fazendo com que relembremos a origem de toda a criação. Estes versos nos levam a um Deus Criador, Arquiteto, Conservador, Provedor e Cuidadoso. Relata-nos a harmonia da vida, e a sua soberania em relação à vida “bios”


Ao alimentar-nos de tão puro alimento espiritual, lembramo-nos de Deus, nosso sustentador, que nos concede a graça de respirar e continuar a respirar, porém o homem com sua natureza caída não pode entender os mistérios da grandeza divina e desviou-se da vontade de Deus, esquecendo-se do principio, da origem da Vida. Porém hoje pela graça de Deus o Senhor nos oportuna a voltar aos Antigos Escritos e nos saciarmos com o farto alimento primeiro. Relembrar a criação é reconhecer que somos criaturas e temos uma origem, e sem dúvidas temos uma origem de vida espiritual.


I. A ORIGEM DA VIDA


“fazes rebentar nascentes”: A vida começa no realizar, começa com o fazer. “fazes”. O Senhor faz nascer fontes. Ele cria um meio que “cria continuamente” para dar manutenção a vida. As fontes são lugares criadores, onde surge algo novo continuamente, é a mesma produção, com as mesmas características, sem alterações, mas sempre a mesma coisa. A criação do senhor sempre é nova, porém ao mesmo tempo antiga. A novidade em Cristo se faz pelo mistério da criação. Sempre há água nova, mas sempre é a mesma água. Sempre há água nova, mas sempre vindo da mesma fonte, da mesma nascente, do mesmo lugar. A fonte não muda. A água não muda. O salmista nos convida a olhar o surgimento dessas fontes, a ver a hora criadora desses lugares antigos (Jr 6.16; 18.15).


Tales de Mileto, um dos primeiros filósofos dizia que a água era a realidade fundamental, dizia que todas as coisas do mundo se mostram em três estados fundamentais: Sólido, líquido e gasoso. Para Tales tudo é água. Para ele a água é a unidade de todas as coisas.


Na biologia ao levar em consideração que a água é o componente químico mais abundante da matéria viva, pode-se dizer que é o solvente universal. A água é extremamente importante para a vida humana atuando como solvente de líquidos corpóreos, meio de transportes de moléculas, regulação térmica, ação lubrificante, atuação nas reações de hidrólise, matéria prima para a realização da fotossíntese. Um feto de 3 meses apresenta cerca de 94% de água e um recém nascido cerca de 70%. O homem, os seres vivos precisam da água para sobreviver.


A água é essencial para que haja vida, é um recurso natural de valor inestimável. Na terra há cerca de 1 360 000 000 km³ de água que se distribuem da seguinte forma: 1 320 000 000 km³ (97%) são água do mar. 40 000 000 km³ (3%) são água doce. 25 000 000 km³ (1,8%) como gelo .13 000 000 km³ (0,96%) como água subterrânea. 250 000 km³ (0,02%) em lagos e rios 13 000 km³ (0,001%) como vapor de água.


Faz-se notar a importância da água para nossa vida biológica. Os israelitas que saíram do Egito, um local de raras chuvas, e viajando pelo deserto, davam grande importância a água por ser tão escassa. Este fato leva-nos ao Novo Testamento a festa de Sucot que significa festa dos tabernáculos.


No Evangelho de São João Capitulo sete, Jesus nos diz: “Se alguém tem sede venha a mim e beba. Quem crê em mim rios de água viva correrão de seu ventre.” Consultar (Jo 7.37-39), alguns, dos presentes na festa, disseram: “esse é o profeta” (eles entenderam a mensagem).


Correr rios de água viva é sinal que cremos nele. A Enciclopédia judaica diz que havia algo diferente na rotina do templo. No serviço matutino os sacerdotes caminhavam ao tanque de shiloar, retiravam a água, davam voltas ao redor do altar, e adicionavam a água a alibação do sacrifício. A alibação era composta por vinho. Esse vinho era derramado sobre o sacrifício, nos dias normais. Mas nos dias de sucot era adicionada a água que simbolizava a alegria da festa de sucot. O shiloar era um duto de água de meio quilometro construído pelo rei Salomão, esse duto culminava num tanque, e era exatamente deste tanque que os sacerdotes retiravam a água, que utilizavam nas celebrações matutinas de sucot. Era um tanque que alimentado por água corrente. O talmud relata que ao retirar a água do tanque de shiloar, os sacerdotes caminhavam cantando algumas passagens bíblicas, dentre elas estavam à passagem de Is 12.3. Isaias 12 é um capitulo bem pequeno que fala sobre a salvação de Israel.
Na festa de sucot o povo cantava a presença da salvação no meio deles, e a água era exatamente o símbolo dessa salvação.
A CENA: a procissão de sacerdotes caminhava com a água da alibação e o povo acompanhava atrás, cantando: “Eis que Deus é a minha salvação” , derrepente Jesus para olha para a multidão e proclama: “Se alguém tem sede vem a mim e beba”. O que ele estava dizendo? Que esta água de salvação estava nele, ele estava dizendo o dia chegou eu sou o eterno tabernaculando no meio de vós, venham a mim e recebam a salvação. É por isso que os fariseus queriam prende-lo por que eles entendiam o tamanho da implicação que Jesus estava dizendo. Se Isaias 12 falava da presença do eterno no meio deles e isso era simbolizado pelas águas da salvação, então Jesus estava dizendo que Ele era o eterno salvador no meio do povo.


Acreditava-se que shiloar ficava no centro da terra de Israel, as águas de shiloar fluíam do centro da terra de Israel para purificar toda a nação, através deste cerimonial que era feito nos dias da festa de tabernaculos. Isso explica o por que Jesus disse que rios de água viva correriam de dentro de nosso ventre, do meio de nosso corpo, o ventre fica no centro do corpo. Assim como shiloar purificava Israel com uma fonte constante de águas para o serviço no templo, assim também a presença dele em nossas vidas nos purificaria continuamente. Esses são uns dos sinais dos verdadeiros seguidores de Cristo. Você tem sido purificado continuamente por Jesus? A água corrente à medida que ela passa vai tornando mais limpo aquilo que atinge, assim também deve ser com nossas vidas, à medida que buscamos Jesus nossa vida deve tornar-se mais e mais limpa, se ela tem permanecido turva algo está errado. Temos que avaliar se estamos seguindo a Jesus de forma correta.


Shiloar vem da mesma raiz da palavra Shalia que no hebraico significa: emisário. Essa palavra se refere certamente ao duto de água que havia sido construído, ele era um emissário de águas. E assim como esse duto percorria uma grande extensão de terra, e fornecia a água para a purificação, assim também a nossa função como shilerrim de Jesus, emissário de Jesus é conduzirmos a palavra de Jesus para purificação.


A expressão água viva não é uma expressão exotérica como muitos entendem, a expressão tanto no hebraico, como no aramaico significa apenas água corrente, água viva é uma água que não está parada. Qual a importância da água viva? A água corrente tem um auto-poder de purificação, é conhecida como solvente universal, a água corrente purifica tudo aquilo que ela toca, segundo os sábios antigos apenas um filete de água tinha o poder de purificar, se um filete tem este poder imagine então rios de água viva, que é o que promete Jesus. Um rio não purifica aquilo que está apenas no seu curso, um rio jorra pelas margens, um rio não lava só o seu interior, mas ele lava também aquilo que está ao seu redor.


Se temos de fato Jesus como nossa fonte, como o nosso shiloar, então o nosso grau de santidade se tornará tamanho que transbordaremos com o poder de purificação de Jesus, e seremos capazes de purificar aquilo que está ao nosso redor. Assim como o povo vinha alegre retirar águas de shiloar, assim o verdadeiro seguidor de Jesus atrairá outros pelos seus frutos, quando isso ocorrer lembre-se que você é um shalier, não guarde essa água para si.


A água simboliza adoração verdadeira. Por que se bebe o vinho? Por que a cor é chamativa, o aroma é agradável e o sabor é suave, as pessoas bebem o vinho por essas características.
A água não tem cheiro, nem cor, nem sabor. Assim como acontece com vinho nós podemos buscar o Eterno por interesses em bênçãos, na cura e no poder, mas ele quer a água, ele quer de nós a adoração verdadeira.


Apesar de o vinho proporcionar um prazer imediato, somente a água é capaz de matar a nossa sede, todos nós temos sede de Deus, somente tendo a fonte, Jesus cristo em nossa vida é que podemos saciar a nossa sede. Quando Jesus vive em nós começamos a buscar o eterno desinteressadamente, somente por amor a ele.


Diz o salmista “fazes brotar fontes nos vales”. Vales são os lugares da terra em depressão. Pois as colinas e montanhas se contrapõem aos vales. Colinas e montanhas são as elevações da terra; vales são as depressões. Não desprezes os lugares baixos; ali brotam as fontes. Escuta como fala um monte; diz o apostolo: “Trabalhei mais do que todos eles”. Fala de certa grandeza; imediatamente, porém, a fim de que brotem as águas, apresenta-se como um vale: “não eu mais a graça de Deus que está comigo” (1Cor 15.10). Não é paradoxo asseverar que os montes são também vales.
São denominados montes em vista de sua grandeza espiritual e vales por causa de sua humildade de espírito. “não eu” trata-se do vale; mas “a graça de Deus que está comigo”, é a fonte. “fazes brotar fontes no vale.” “Do seu ventre correrão rios de água viva”. Vejamos se são vales, de tal sorte que brotem fontes nos vales. Ouve o que diz o profeta: “sobre quem repousará o meu Espírito, senão sobre o humilde e quieto, sobre aquele que treme diante da minha palavra?” (Is 66.2). O que significa “Sobre quem repousará o meu espírito?” Quem terá a minha fonte? O vale.


II. OS LIMITES DA VIDA


“Correm entre os montes”
“entre as montanhas deslizarão as águas”? Ouvimos a explicação de que montes são os grandes pregadores da palavra, sublimes mensageiros de Deus, embora ainda na carne mortal. São excelsos não por sua virtude, mas pela graça de Deus. Em si mesmos são vales, e humildemente neles brotam as fontes.


“Entre as montanhas deslizarão as águas”. Entre os apóstolos passaram os pregadores da palavra da verdade. Que significa: No meio dos apóstolos? O que é intermediário é comum a dois. Um bem intermediário é um bem comum.


O que significa entre si? “no meio deles”. Que quer dizer? É comum a todos eles. Escuta as águas no meio dos montes. Ninguém considerava as águas próprias suas. Escuta o próprio monte: “por conseguinte, tanto eu como eles, eis o que pregamos. Eis também o que acreditastes” ( 1Co 15.11). Se alguém quisesse pregar algo diferente pregaria o que era ‘seu pensamento’ e não o que havia no meio deles. Escute “Quando ele mente fala do que é próprio” (Jô 8.44). Disse o apostolo: “Se alguém vos anunciar um evangelho diferente do que recebestes, seja anátema”. Temos que receber sempre a mesma água. As águas têm que correr no meio dos montes. Paulo anuncia “ainda que nós mesmos ou um anjo do céu anunciar um evangelho diferente do que recebestes, seja anátema”. (Gl 1.9 e 8). Devemos receber água genuína, sem lodo. Se o homem sempre tivesse bebido dessa água pura viveria para sempre.


Aproximou-se um anjo que caíra do céu, que se tornara serpente, por que desejava insidiosamente inocular seu veneno. Inoculou, falou o que era o “seu pensamento”, por que quando ele mente fala do que lhe é próprio.
Que águas corram pelo meio de nós.
O que é nascente? Manancial.
O amor de Deus (conteúdo) foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo (canal) (Rm 5.5).
Não derrames pela rua o teu manancial.(PR 5.16)
“Se alguém tem sede venha a mim e beba.”
“quem crê em mim rios de água viva correrão de seu ventre.” Consultar (Jo 7.37-39)


III.O ALCANCE DA VIDA
“Dão de beber a todos”
“delas beberão todos os animais do campo”. De onde beberão? Das águas que deslizam entre as montanhas. De que se desalterarão? Das fontes que brotam nos vales. Que animais hão de beber? Os animais do campo.


Os animais do campo bebem das fontes e dos rios que correm entre as montanhas. Entendemos que animais do campo são os gentios; muitas passagens da escritura o atestam. Na arca de Noé, que indubitavelmente figurava a Igreja, não seriam encerrados todos os gêneros de animais (Gn 7.2-14), senão para significar, na unidade do agregado, todas as gentes.


No dia de pentecostes, ocasião oportuna para que se cumprisse na Igreja o que era prefigurado na arca, Pedro, hesitando em dar a ordenança evangélica do batismo aos gentios incircuncisos; ou antes não hesitando, mas opinando que absolutamente não devia ser dado, certo dia em que quis comer por estar com fome, subiu ao terraço para orar. Todos os que lêem atentamente ou ouvem bem a Sagrada Escritura sabem que isso se encontra nos Atos dos Apóstolos. Enquanto orava, adveio-lhe aquele arroubo de espírito que os gregos chamam de êxtase. Então viu certo objeto, uma espécie de toalha, presa pelas quatro pontas, descer do céu. Dentro havia de todos os animais, de todas as espécies de feras; e ele ouviu uma voz: “Pedro, imola e come”. Ele, contudo, que fora instruído pela lei, crescera entre os preceitos judaicos, e observava os mandamentos de Deus, promulgados através de Moises, tendo-os guardado fielmente por toda sua vida, respondeu: “De modo nenhum, Senhor! Por que jamais comi coisa profana e impura!”. Estão bem cientes, os que aprenderam as ciências eclesiásticas de que os judeus e a lei chamavam alguns alimentos de profanos e imundos. E a voz replicou-lhe: “Não chames impuro o que Deus declarou puro”. Isso se deu por três vezes. E foi recolhido aquele objeto vindo do céu por três vezes. (At 10.9-16).


O prato dentro da toalha de quatro pontas representava as quatro partes da terra. E assim foram escritos quatro evangelhos. O objeto que desceu do céu significa o que foi dito aos apóstolos (MT 28.19), daí já se deduz o número de discípulos: doze. Não foi sem razão que Jesus queria ter doze. 4 x 3 = 12. Por isso que das águas do campo bebem todos os animais. Todos estavam na arca, todos no prato, e Pedro mata e come todos. Por que Pedro é pedra, é monte. Pedra é igreja, monte é igreja. Que é matar e comer? Matar o que eles eram, era batizar, os fazer morrerem para o mundo, era inferi-los, matar o que eles eram incorporando-os a igreja.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Chega a Primavera

Quando o sol entra pela janela do meu quarto,
vejo um novo dia florescer, sinto-me feliz em ver a vida nascer,
a alegria que me faz rir é a festa do ar do meu jardim.

É primavera lá fora, é verão dentro de mim...estou aquecido de amor
sou tão feliz, tenho tudo ao meu favor...a luz, o ar, as festas, o mar
tudo é tão lindo, parece que vejo o mundo pela primeira vez,
tudo é amor, tudo é poesia.

O cartão postal do meu ser é o meu coração,
foi criado por Cristo para amar a D'us e as pessoas.
Sou da Vida, sou do universo, o universo é meu
tenho tudo que quero.

Tudo do bem está a acaminho. Já foi enviado.

Chega a primareva, só vejo flores, só vejo rosas.


Sou amado.


quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Modos de ver



O sistema no qual estamos inseridos é destrutivo e injusto. A justiça é cega, e de fato é. Não pode ver. Não tem o poder de enxergar. Quem não enxerga não reconhece. A justiça não tem o poder de reconhecer o que é real. Ela algumas vezes tenta, mas medir subjetividades é surreal. A justiça tem seus modos de ver, assim acontece conosco, na tentativa de querer se mostrar imparcial adotamos um modo de ver o mundo. A leitura que fazemos do mundo depende de como estamos vendo o mundo.

Quando estou com óculos escuro no rosto, vejo o mundo mais escuro, pois a minha visão não está indo diretamente ao objeto observado, porém a uma barreira chamada lente entre a visão e o objeto observado.
Na empresa onde trabalho tenho o costume de tomar o café da tarde ás 17:30 horas, quando chego na cozinha na maioria das vezes não encontro café na garrafa e quando encontro é somente um pequena quantidade para encher uma xícara. Quando deparo com esta cena construo a minha visão de mundo, pois ao encontrar apenas uma garrafa quase vazia posso ter duas reações, uma pessimista e outra otimista. Na visão pessimista ao encontrar apenas uma xícara de café, posso dizer: “puxa vida, que azar, beberam tudo só deixarão o resto”, ou na visão otimista posso dizer: “Que bom! Ainda tem um pouquinho para beber”. Tudo depende da visão de mundo que construo. Não coloco aqui uma filosofia positivista, mas tudo acontece a partir da nossa visão.

Quando olhamos para um objeto podemos olhar para ele por vários ângulos, preciso escolher uma forma pela qual vou olhar para aquele objeto. Na maioria das vezes escolhemos o ângulo de modo inconsciente. Deixamos que nossas escolhas sejam feitas por nosso piloto automático, programamos nossa mente para tomar decisões sem primeiro racionalizar. O nosso olhar deve ser um olhar demorado, observador, que procure o ângulo mais adequado. Quando os judeus levaram uma prostituta a Jesus para que fosse apedrejada, Jesus não a enxergou como leviana, mas sim como uma mulher que necessitava de uma chance. Quando Jesus chamou Pedro e João para segui-lo não os enxergou como pescadores de peixe, mas sim de homens. Jesus tinha a capacidade de procurar o melhor ângulo.

Nós acomodamos apenas com um olhar. Em um mundo onde tudo é automático procurar o melhor ângulo não é atrativo. É mais fácil ser automático. Procurar o melhor ângulo requer trabalho. Requer interesse e vontade de conhecer o objeto observado.
Muitas coisas boas estão escondidas dentro de seres que consideramos não ser significante, e dizemos que não é interessante por que estamos acostumados com o olhar superficial, mas se demorarmos o olhar, buscarmos o melhor ângulo e aplicar a visão iremos conseguir proezas nessa vida.

O sucesso está no trabalhar a nossa visão de mundo e isso não é apenas uma palavra bonita é a realidade. O poder está na capacidade de buscar o melhor ângulo. De ver talento onde pessoas vêem o amadorismo, ver sucesso onde pessoas vêem fracasso. Não pense como a massa, a maioria usa o automático e estão satisfeitas com isso, contudo não alcançarão muitas coisas, mas não se contente com isso, saia do gosto popular e demore um pouco se olhar nas coisas. Talvez sua riqueza está na tua casa, debaixo dos teus pés, ao alcance de tua mão e você não viu ainda por que sua visão é automática.

Por isso procure em qualquer acontecimento o lado positivo das coisas. Se terminar o namoro não encare como se fosse um tempo perdido, mas olhe o que você aprendeu com a relação. Lembre da xícara de café. Busque o ângulo favorável a você. Não pense que você vai ser feliz apenas quando tudo ocorre de acordo com sua vontade. Não, nossa vontade não determina o mundo, por isso vai devagar, olhando devagar. Talvez aquele cara que você acha feio de mais é o homem da sua vida e você acha feio por que olha com muita pressa, aprenda com Jesus, busque o melhor onde ninguém busca e você terá o melhor por que ninguém vai ter.

Então sua felicidade depende apenas do seu modo de pensar, conforme você pensa, você sente, escolhe e age.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

O Meu negócio é a Arte.


O meu mundo é o caos. É deformação à vista. É água desgovernada. Neste mundo não consigo enchegar objetos, linhas, horizonte, caminhos, não consigo distingüir nada, nada além do caos. O meu mundo é a desordem.

A desordem do meu mundo "arranha o céu da minha imaginação", começo a parecer um Levi. Perco o sentido, por que o caos é a falta de sentido. Perco o rumo por que o caos é a falta de direção. Perco a esperança por que o caos é o desespero. Não imagino por que o caos é a deformação das imagens produtivas do meu ser. Sem imaginação perco a minha arte, sem a minha arte fico fazio. O meu mundo é o vazio.

No vazio do meu ser, começa a busca pela deformação. Mas como preencher um possivel ser "formado" com coisas deformadas? Como fazer que um espaço com formas especificas seja preenchido por espaços sem formas? É a limitação do meu ser que impede o preenchimento do meu vazio. Sou um ser tão limitado que já não o sou mais. Perder a condição de ser é perder a própria existência. Como posso existir se já não sou?

A falta de forma e o vazio já não permitem que eu seja. Não ser é não existir mais? não ser é não viver mais? O caos confunde não só minha imaginação como também a minha lógica. Talvez eu exista mas não seja real. Talvez esta seja a melhor definição para o caos do meu mundo, ele existe mas, não é real. Talvez o que existe só pode ser real quando encontra a forma. No caos existir não significa Realidade. Talvez em muitos mundos existem pessoas que não são reais. você existe? você é real?

No principio as Sagradas Escrituras declara que a terra era "sem forma e vazia". Nós somos "terra". "Do pó da terra fostes criado, e ao pó da terra voltarás", o homem é pó. Nós somos como a terra "sem forma e vazia". O homem é sem forma e vazio, por que ele é "pó". Nós, humanos, só tomamos "forma" pela ordenança do Eterno. A forma é originada pela ordenança da "vida". do "pó da terra foste criado". A vida "convoca" o pó, e o pó toma "formas", o pó é contornado, é moldado e formado uma escultura, porém ainda está "vazio". A "terra" toma forma, mas ainda se encontra vazia.

O Espírito de Deus que paira sobre a face das águas, movimenta as águas. O Espírito tem poder de entrar em formas delimitadas, pois o Espírito se "molda as formas". Ter formas não é tudo para o mundo. O mundo necessita de ser habitado. O mundo vazio busca o preenchimento. A terra vazia busca sementes. O Homem (pó, terra) busca preenchimento. O Espírito que penetra o homem tem o poder de preenche todos os espaços do homem.

O homem sem o Espírito é um homem vazio. É um homem em caos. O homem sem o Espírito não tem formas. Para o homem ser preenchido ele precisa de "formas". Forma significa delimitações, o homem para ser cheio do Espírito precisa de limites. Precisa de ter começo e fim, precisa que suas fronteiras seja demarcadas. Precisa de conhecer seu território. Quem nos forma? A Lei do Senhor. A Lei do Eterno determina limites para o homem. A Lei determina minhas limitações. A Lei faz com que eu conheça o meu território.

Quando eu tenho forma, estou cheio e conheço o meu território, já não estou mais no caos. Estou em ordem. As formas geram a ordem, a ordem é a harmonia. Harmonizar é arte. As formas geram a Arte. Pois só é possível harmonia com as formas e o preenchimento das notas. O preenchimento somado as formas geram a harmonia. Conseguir harmonia é Arte. A arte não combina com o caos. Aonde existe o caos a harmonia não pode ser realidade. Mas a existencia de harmonia prova a realidade da arte.

Agora o caos já não é. Pois aonde o Espírito está ali há vida. A vida gera Limites. Limites geram a liberdade. Aonde há o Espírito há liberdade. Já não mais o caos, o vazio, a deformação. Mas sim a Vida manifestada no "pó da terra".

Minha Arte é Vida, minha Arte é Harmonia!!!!!!!!

Saber, querer e agir

Os dias consomem nossas forças. Abrir caminhos nos enfraquece. A vontade de conquistar a chegada é tanta que a ansiedade toma o coração. De olho na meta esquecemos quem está a nossa volta. Esquecemos daqueles que caminham conosco. Esquecer por falta da presença do outro pode ser justificável, mas esquecer por não querer ver o outro é "imperdoável". A cada dia estou mais convencido de que nós enchegamos apenas aquilo que queremos ver.

Ter a Visão do futuro é um modo de "querer" enxergar. Se possuo a visão por que não usá-la? muitos possuem visão, mas não usam, são como algumas empresas tem a visão no papel, mas não tentam aplicá-la na prática. Muitos conseguem a visão, tem a visão, mas não querem enchegar, se auto-enganam. Não querem perceber a realidade. É díficil enchegar, encarar de frente todos os nossos medos, mais fácil é dizer que não temos "medo" por que quando digo que não tenho estou dizendo que não preciso de enfrentar o meu medo, pelo simples fato dele não existir. Quando digo que "não tenho" medo estou dizendo que ele não é real em mim. Estou dizendo que o medo não é real. É assim que perdemos a visão, perdemos-a quando figimos que a realidade não existe. É um perder não-real. A visão está ali, porém não á utilizamos.

A verdade é que a visão é uma ferramenta. Que pode ser utilizada, negligênciada ou substituída, de fato a melhor das opções é a sua utilização. Saber utilizar as ferramentas básicas da vida não é o bastante. Querer usá-las não é o suficiente. Saber e querer precisa de uma amiga para funcionar, e o querer e saber só funciona quando encontram e trabalham com a ação.

Querer chegar ao topo, tampar os olhos e "ver" o que vai dar não é a melhor atitude. Substituir as ferramentas não leva a nada. Queira usar as ferramentas que você tem a disposição. Se há um caminho pronto, não preocure abrir um novo caminho. Se o caminho pronto "possui muitas voltas" não queira abrir um atalho, por que você vai empregar forças desnecessárias. Saiba aplicar o seu saber e o seu querer. Saber aplicar é muito importante, tanto quanto aplicar.

Para alcançar a sua visão cumpra a sua missão. Se não sabes qual a sua missão, o seu propósito, tente descobrir, tenho certeza que você tem um. Todos nós temos um propósito. Qual é o seu? O meu propósito como pessoa possui apenas uma palavra: Evolução. Ser melhor hoje do que fui ontem e ser melhor amanhã do que sou hoje é o meu propósito.

Assim como as organizações temos que criar nossa visão e a nossa missão. Trabalhe seus propósitos. Siga sua paixões. Só assim você conseguirá trilhar o seu caminho.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Fique com quem faz você rir

Tio Fábio, um falecido homem sábio do interior, Deus o tenha, sempre gostou de circo. Um dia, quando eu ainda era garoto, ele me levou ao circo. E apontou, com seus dedos amarelados pelo cigarro, o palhaço que me fizera gargalhar. Pense nesse palhaço quando for escolher as pessoas para ter ao seu lado. Amigos, namoradas. É vital ter por perto pessoas que sorriam e nos façam sorrir. (Tio Fábio não era homem apenas de teoria. Na vida prática, tinha, como o palhaço daquele circo tão distante no tempo, uma notável capacidade de fazer os outros rirem.)
Então reflito sobre os relacionamentos amorosos. Eles são tão mais leves, tão mais gostosos quando temos conosco alguém que traga a luz exuberante dos sorrisos genuínos. (Digo genuínos porque não existe nada pior que o sorriso hipócrita e fabricado, como os dos políticos.) E os relacionamentos podem ser um tormento quando quem está ao nosso lado não sabe rir. O ideal é termos uma palhaça como namorada, mulher, manteúda ou que você quiser.
O sorriso é uma atitude. Mostra, quase sempre, um espírito superior, de gente capaz de lidar, com dignidade e bravura, com as adversidades da vida. (Jamais vi uma foto do Dalai Lama em que ele não aparecesse sorrindo. Paz genuína interior ou dissimulação? Alguém tem um palpite?) Assim como o rosto fechado e sombrio é quase sempre sinônimo de pessoas tomadas pelo síndrome da vítima, a compulsão de pôr a culpa de tudo nos outros, a evasão total e descarada de responsabilidade. É aquela história: o mundo me persegue. Ninguém me compreende. Deus criou tudo apenas para que eu fosse sacaneado. Para estas pessoas, Sartre criou a frase definitiva: o inferno são os outros.

O sorriso é, repito, uma atitude. E também uma virtude. Como toda virtude, tem que ser cultivado. São absolutamente excepcionais as pessoas cuja alma já nasce sorridente. Para nós, outros, os chamados normais, sorrir para a vida é fruto de um esforço cotidiano, um treinamento incessante para não ver os fatos sob ângulos negativos.
Um dos livros mais admirados por Tio Fábio (quantas vezes ele tentou fazer-me ler) traz uma passagem de Sêneca, filósofo estóico de quase 2000 anos atrás. Uma passagem sublinhada por Tio Fábio fala de um filósofo que perdeu todos os seus bens no naufrágio. A reação do sábio: É que o destino quis que eu filosofasse mais desembaraçadamente. (Admiro a disciplina de Tio Fábio de ler livros sempre acompanhado de lápis e caneta. Tentei algumas vezes, mas tropecei em minha completa falta de método. Quem sabe um dia.)
Cercar-se de palhaços foi o conselho que Tio Fábio me deu há muitos anos. Nem sempre fui bem-sucedido. Ou nem sempre dei a devida atenção a esse conselho. Sofri e levei sofrimento e aqui cometo a ousadia de vir fazer um acréscimo à frase de Tio Fábio. Não basta se cercar de palhaços. É preciso que sejamos palhaços também. Receber risadas é bonito, mas mais bonito ainda é dá-las.
Você sabe que uma relação está morta quando se acabam os risos. Um romance saudável tem a estridência irresistível e espontânea das gargalhadas. Pode acontecer que os dois tenham se esquecido de como dar risada. E então vale a pena o esforço de se lembrar. Mas, se você tentar devolver a alegria a uma relação que se tornou pesada e não conseguir nada além de queixumes e lamúrias, é melhor desistir. Não do sorriso, nem da alegria e do amor, mas da relação. Só continue se você gostar do sofrimento. Para quem acredita que o propósito da vida é a felicidade, não há saída se não respirar fundo e cair fora, com um sorriso de preferência.